Cartografia das práticas espaciais, artísticas e subjetivas da comunidade queer em Belo Horizonte, nos últimos anos. E sua relação com a micropolítica e o afeto no espaço-público da cidade.
Cartografia das práticas espaciais, artísticas e subjetivas da comunidade queer em Belo Horizonte, nos últimos anos. E sua relação com a micropolítica e o afeto no espaço-público da cidade.
ATLAS QUEER BH
Atlas dos agentes e das práticas espaciais, artísticas e subjetivas da comunidade queer em Belo Horizonte, nos últimos 10 anos (2012 a 2022). As relações entre práticas, agentes e conceitos como ponte para novas confluências/insurgências. Nessa página "Atlas Queer" está a síntese de todos os dados levantados pelo atlas, com o cruzamento de informações e algumas considerações. A síntese e o cruzamento é feito no site através da aplicação de filtros que selecionam apenas pontos e linhas de interesse. Aqui é possível acessar o atlas já com os filtros aplicados, através das imagens. Foram levantados ao todo 362 pontos dos quais: 130 são agentes queer, 120 são práticas queer, 77 são conceitos, exemplos e referências e os demais são práticas e agentes que não pertecem a comunidade queer e não possuem relaçao direta com BH, mas que se relacionam com práticas e agentes de BH.

agenteS QUEEr
Aqui se ligam todos os agentes queer levantados, tais como: artistas, arquitetes, designers, coletivos artisticos, grupos, empresas, instituições, associações, organizações, plataformas digitais, dentre outros que pertencem a comunidade Queer, LGBTQIA+ e que possuem algum vínculo com BH (considerando toda região metropolitana). Sendo considerado quem nasceu, vive ou viveu em BH e produziu aqui durante esse período dos últimos 10 anos, considerado pela pesquisa. (Recorte espaço-temporal de amostragem e ponto de partida do mapeamento). A maioria dos agentes individuais levantados são artistas independentes em uma faixa etária variada mas com predominio de jovens adultes na faixa de 20 a 35 anos. Foram levantados 230 agentes no total, dos quais 130 são agentes queer.
TOTAL LEVANTADO: 130 agentes
101 Artistas
14 Coletivos
4 Coletivos artísticos
3 Plataformas digitais
2 Manifestação
2 Vereadora
1 Podcast
1 Centro Cultural
1 Escola
1 Festival
acesse aqui: a info detalhada desse ponto
101 ARTISTAS:(entre parentesis estão o número de relações mapeadas de cada artista)
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Ogoin (4)
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Della (2)
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Vitória Luz (2)
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dante francisco (2)
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Luíza Vida (3)
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King Luky (3)
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Iara Fernandes (3)
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KAIKE (4)
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Arthur Reis (4)
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MORETZ (2)
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JANUZZI (3)
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EGÍDIO (3)
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COBAT (5)
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OMOLOKO (3)
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Pedro hbs (2)
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Belisa Murta (4)
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Carolina Mattos (5)
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Lu Escarrbe (4)
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João Nogueira (3)
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Romana Abreu (4)
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Pedro Pedro (2)
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Flora Brina (3)
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Daniel Bretas (2)
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Gabriel Noronha (2)
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RudA (ciber_org) (2)
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Sérgio (2)
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Iurilis (1)
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Isaquex (1)
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Cristal Lopes (2)
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Carneyra Qhita (2)
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Esse Menino (2)
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Vítor Lagoeiro (6)
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Sosti Reis (4)
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Coral (2)
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Emir (3)
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Bernardo (1)
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Renato Santos (1)
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Frederico Pires(1)
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Lume Ero (3)
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Flávia Ventura (3)
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Carlos André - Pardal (1)
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Ana Ligeiro (2)
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Cami La Matos (5)
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Mohamed Azambuja (3)
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pelasdj (2)
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Nina Vidigal (1)
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Ana Raylander Mártis dos Anjos (4)
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Pedro Neves (5)
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Ed Marte (3)
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Ian Gavião (2)
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Efe Godoy (11)
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Kdu dos Anjos (5)
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Ventura Profana (5)
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Podeserdesligado (3)
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Randolpho Lamonier (4)
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Sallisa Rosa (4)
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Felipe Jawa (6)
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Thyago Sainte (4)
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Kbulom (2)
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Anumareh (3)
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Abalissca (2)
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Krif (1)
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Zuba (1)
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Fernando Cardoso Ball (1)
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Maria Clara Amaral Mc (1)
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Castiel Vitorino Brasileiro (4)
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Lucas Pietro (2)
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Kali Nynis (5)
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Davi de Jesus do Nascimento (3)
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Zaika dos Santos (5)
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Eduardo Garcia (8)
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Guerreiro do Divino Amor (4)
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Luana Vitra (4)
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Marli Ferreira (5)
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Darlene Valentim (4)
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Pink Molotov (4)
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Vidrynha (2)
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Vick (3)
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Lavínni (3)
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Cafezin (3)
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Jade (3)
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Dyony Moura (3)
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Ava Cruz (1)
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Rafael RG (3)
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Rogerinho Botter (1)
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xoxota do mal (1)
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Livia Spinellis (1)
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Celso (3)
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Garden Hyra (2)
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Shai (3)
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Julianismo (3)
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Ramiel (3)
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Lorx-y (1)
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Anti-01 (2)
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Igor Estulano (1)
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Guidilir (1)
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João Caetano (2)
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Samuel Rabelo (1)
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Beu.na (1)
14 coletivos:
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Saltosoundsystem
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Tranquilo.
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Coletivo Malungo
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Academia TransLiterária
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Cia de Teatro Toda Deseo
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Quebrada Queer
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GARIMPO.101
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Festival Vogue Fever
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HRNY
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1010
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MASTERplano
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Mientras Duras
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Coletivo Cozinha Comum
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Skate no Vale
4 coletivos ARTÍSTICOS:
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As Talavistas
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Coletivo Joyces
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Galla on Fire
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Grupo Poro
3 PLATAFORMAS DIGITAIS:
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Alataj
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Ballroom de Minas Gerais
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Cuir de Queer
2 VEREADORAs:
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Duda Salabert
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Bella Gonçalves
1 CENTRO CULTURAL:
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Centro Cultural Lá da Favelinha
1 ESCOLA:
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Atelie Escola Cerâmica Santana
1 PODCAST:
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A-MIG
2 MANIFESTAÇões:
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Praia da Estação
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Gaymada
1 festival:
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QUEER FESTIVAL
PRÁTICAS QUEEr
Desses agentes queer (em verde), se ligam as práticas queer (em laranja), que são as produções levantadas desses agentes. Dentro dessas práticas estão: obras de arte e arquitetura, músicas, setlists, pesquisas, intervençoes urbanas, manifestações, acontecimentos (Happenings), faíscas, em suma, práticas artístico-espaciais da comunidade Queer em/de Belo Horizonte, nos últimos 10 anos, que se relacionam com os conceitos abordados pelo trabalho, como micropolítica, afeto, corpo-território, arte relacional no espaço da cidade, dentre outros. Foram levantadas 134 práticas, das quais, 120 são práticas queer.
TOTAL LEVANTADO: 120 práticas
12 Instalações
9 setlists
9 filmes
9 performances
9 exposições
6 músicas
5 pinturas
5 desenhos
4 atos político-artísticos
4 práticas artísticas relacionais
3 fotografias
3 video-artes
3 pesquisas
3 intervenções urbanas
2 video clipes
2 circuitos de arte urbana
2 blocos de carnaval
2 séries artísticas
2 grifes
1 arte digital
1 revista
1 playlist
1 app
1 live
1 albúm musical
1 experimentação sonora
1 comic book
1 arte visual
1 festival de música
1 gravadora
1 banda
1 boate
1 ação artística
1 agência de consultoria
1 residência artística
1 objeto artístico
1 marca de roupa
1 coleção de roupa
1 campanha1 prática artística
1 mostra de cinema
1 entrevista
1 joalheria
1 zine
1 festival cultural
conceitos
São 5 pontos com conceitos-chave: Micropolítica; Afeto; Arte e Arquitetura; Território e Paisagem; Lutas e Ancestralidade (azul); Trata-se dos conceitos levantados das leituras de referência na primeira parte da pesquisa. Que aparecem como páginas aqui no site wix com textos que abordam essas questões e da onde se ligam conceitos relacionados, exemplos e referências.
TOTAL LEVANTADO: 77 conceitos, exemplos e referências
5 conceitos chave
18 sub-conceitos
54 exemplos e referências
para navegar
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cruzamentos
Quando visualizamos o atlas, deixando apenas os agentes, podemos observar todos os agentes mapeados, não apenas os agentes queer (que estão conectados ao ponto agentes queer-bh). É possível identificar facilmente os coletivos nessas formações em "estrela" com as linhas verde-escuro (cor que representa os coletivos). As demais linhas representam outros tipos de relaçoes entre os agentes. Embora seja possível identificar diversos coletivos, vemos também muitos agentes que não estão diretamente relacionados a nenhum outro. É provável que esteja faltando muitas mais relações no mapeamento. Pois essa amostra foi levantada apenas com informações públicas disponibilizadas na internet pelos próprios agentes, e muitas vezes não há muito material ou informação disponível. Foram mapeados 230 agentes no total, dos quais 130 são agentes queer.
Ao visualizar o mapa deixando apenas agentes e práticas, podemos observar uma interconexão muito maior dos pontos, de modo que não há nenhum ponto solitário. Embora haja algumas poucas duplas soltas (provavelmente um agente e sua prática), estão quase todos interconectados entre si. As práticas aparecem aqui como os pontos que provocam essas conexões. São como raízes desse rizoma. Justamente por isso podemos observar também como há uma predominancia das linhas laranjas, que representam as práticas. Aqui também é preciso resaltar que provavelmente estão faltando muito mais conexões, relações, agentes e práticas que não foram mapeadas pela enorme extensão real desse rizoma. Dessa forma, esse mapemante traz uma amostra, um vislumbre desse trama.
CONSIDERAÇÕES
Link da seleção > HORIZONTES IM/PROVÁVEIS – Graph Commons
Aqui vão algumas considerações relativas à pesquisa e ao atlas. A primeira delas diz respeito ao caráter amostral do mapeamento, que não pretende abranger todos os agentes e todas as práticas, mas apenas uma amostra delas. Por essa razão, certamente existirão agentes e práticas importantes que não apareceram no atlas ainda, mas que podem ser mapeadas de maneira colaborativa mais tarde. Até por que esse rizoma da arte e da cultura queer de BH é muito mais extenso e intrincado do que pude mapear até agora, com muito mais agentes e práticas. Inclusive essa é uma das contestações mais importantes desse trabalho. Como é rica e pungente essa trama, da qual o trabalho mapeia uma pequena amostra. Houveram também algumas dificuldades durante o processo de mapeamento. Por exemplo, nem todos os pontos apresentam todas as informações, dentro das categorias criadas, e algumas relações entre pontos podem estar equivocadas. Isso se deve tanto pela ausência de maiores informações disponíveis, mas também pela dificuldade de encontrá-las, pois todas as informações foram coletadas de fontes de domínio público disponibilizadas pelos próprios agentes. Há também em certos casos uma certa imprecisão na classificação do que é agente e o que é prática pois em alguns casos os pontos eram práticas e agentes ao mesmo tempo. Por exemplo, plataformas digitais, podcasts, alguns tipos de coletivos, ongs, empresas, marcas se encaixavam tanto nas características de agentes como de práticas. Essas eventuais lacunas não comprometem o atlas, que apresenta, de maneira extensa, uma amostra desses agentes e práticas queer de BH dos últimos 10 anos (2012 a 2022). Ele cumpre o objetivo de espacializar visualmente as relações políticas, assim como documentar, registrar e divulgar agentes e práticas queer recentes de BH.
Nesse mapeamento, essas relações sociais e políticas foram consideradas mais importantes de serem mapeadas visualmente do que a localização geográfica desses pontos, que já estavam delimitados pelo recorte geográfico da pesquisa que é BH e sua região metropolitana. É importante ressaltar que o resultado apresentado nessa página é um registro do momento atual do atlas. A ideia é que esse Atlas após ser apresentado como parte do TCC de Arquitetura e Urbanismo em julho de 2022, seja complementado a varias mãos e possa crescer como um mapa colaborativo. Portanto, trata-se de uma continuidade que não termina aqui e não tem um fim definido. De modo que seus desdobramentos são inúmeros podendo ser usado por agentes culturais/artisticos/acadêmicos dos mais diversos como fonte de pesquisa, como meio para estabelecer colaborações, seleção curatorial para exposições, editais. O atlas é um instrumento colaborativo importante para a cena cultural/artistica queer independente da BH atual, não só para o presente mas também para o futuro, como registro e documentação. Ressalto aqui também como a cena artística/cultural de BH é diversa e extremamente interconectada, com a existência de núcleos bem definidos que não se isolam, mas mantem relações fortes entre cenas diferentes, como por exemplo a cena Techno, a cena Ballroom, a cena de Artes Plásticas, a cena Musical, dentre outras. Essa é uma característica marcante de BH, as pessoas frequentam e transitam pelas cenas constantemente, não se restringindo a apenas uma delas. Eu considero isso uma caracteristica positiva que demonstra a transdiciplinaridade das práticas e dos agentes.
experiência a partir do atlas
Como experiência de tradução intersemiótica através da interseção de zonas proximais im/prováveis foi proposta uma residência artística relâmpago de 1 dia para a produção de uma obra de arte colaborativa em um suporte de 150x125cm. Foram convidades varios artistas a partir do Atlas Queer pelo cruzamento daqueles que utilizam como prática desenho, pintura, instalação e escrita. E também outros, com outras práticas, para compor um encontro im/provavel transdiciplinar. Como prova/experiência das potencialidades que esse mapeamento pode proporcionar. Esses artistas foram provocados a produzir com base em duas reflexões da artista e escritora Jota Mombaça:
"Como desfazer o que me tornam?";
"Como desmontar o imperativo de ser?"
Ao todo a obra, intitulada "Sagrado Atemporal", contou com a colaboração de 7 artistas: Beu.na, Eduardo Garcia, Junkie, Maria Clara Amaral, Samuel Rabelo, Shai Lamas e Xoxota do Mal. E foi realizada dia 12/06/22 em Belo Horizonte.
*Mais detalhes na página:

"Sagrado Atemporal", 2022, por Beu.na, Eduardo Garcia, Junkie, Maria Clara Amaral, Samuel Rabelo, Shai Lamas e Xoxota do Mal.
A obra reflete sobre questões relacionadas a identidade, a multiplicidade dos seres, das experiências e dos corpos. Discute como a identidade das pessoas foi historicamente imposta por padrões e normas sociais coloniais de opressão, mas aponta também para o futuro ensaiando disrupções, insurgências, quebra dos paradigmas de beleza, comportamento, identidade e afeto.
detalhes




processo




"Sagrado Atemporal", 2022, por Beu.na, Eduardo Garcia, Junkie, Maria Clara Amaral, Samuel Rabelo, Shai Lamas e Xoxota do Mal.
Imagens de arquivo pessoal.