Cartografia das práticas espaciais, artísticas e subjetivas da comunidade queer em Belo Horizonte, nos últimos anos. E sua relação com a micropolítica e o afeto no espaço-público da cidade.
Cartografia das práticas espaciais, artísticas e subjetivas da comunidade queer em Belo Horizonte, nos últimos anos. E sua relação com a micropolítica e o afeto no espaço-público da cidade.
ARTE PARA UMA CIDADE SENSÍVEL
CAMPBELL, Brigida. Arte para uma cidade sensível. Belo Horizonte: Invisível Produções, 2015.

SÍNTESE PESSOAL
CAMPBELL, Brigida. Arte para uma cidade sensível. Belo Horizonte: Invisível Produções, 2015.
APRESENTAÇÃO (p.10-16):
A autora, que é artista, professora e pesquisadora, inicia falando da sua vontade de ir além das galerias e extrapolar esses espaços. Juntou com amigos e parceiros, criaram um coletivo e partiram para a rua. A autora relata como essa rede de artistas era independente e paralela ao circuito oficial da arte. Esse trabalho reúne uma amostra da produção do início dos anos 2000 e pelo exercício da escuta de diferentes agentes envolvidos na produção da arte na cidade, entendendo que está é polifônica e consequentemente polifônico também é este trabalho, segunda a autora. Traz essa amostra de obras de arte que tomaram o espaço público como espaço de produção, no brasil. Traz pontos de vista, abordagens e experiencias diversas para ampliar a percepção sobre a arte contemporânea brasileira. Importante ressaltar que esse trabalho não pretendo fazer crítica das obras, mas estudar a dimensão crítica e poética dos processos criativos.
OCUPAR, AFETAR E COCRIAR UM ESPAÇO URBANO SENSÍVEL (p.16-49)
ARTE E ESPAÇO PÚBLICO: Sob diversos nomes, intervenção urbana, arte pública, arte participativa, arte colaborativa, arte relacional, arte contextual, situações, a arte contemporânea dos últimos anos vem ocupando as cidades e os espaços públicos brasileiros. Afirma que as obras mostram desejos utópicos de reaproximação dentre sujeito e mundo. E a cidade como sendo o local de reflexão acerca do estar no mundo. Sendo a internet uma extensão desse espaço publico.
COLETIVOS, REDES E CIRCUITOS: Brigida faz um paralelo entre a expansão do acesso a internet no Brasil com a criação de redes e coletivos de arte. Favorecendo inclusive o início de um rompimento do eixo Rio-São Paulo. Nesse contexto mesclavam arte e ativismo político. Cita ainda alguns projetos potentes ao redor do Brasil e como a produção coletiva impacta quem participa. Termina afirmando que nesses espaços cada um contribui com o que sabe melhor e que “A produção coletiva no Brasil poderia assim ser entendida como um grande rizoma que se espalha por seu território”.
ARTE E POLÍTICA: A arte urbana e publica possui um alto grau de consciência política, pois ocupa as ruas, toca as realidades de perto. Brigida afirma que esse tipo de política realizado por artistas e coletivos nas cidades pode ser entendida como ‘micropolítica’.
REVOLUÇÃO COTIDIANA: O momento político atual, segundo a autora o que está em jogo é “a fragmentação das formas de se produzir e entender o campo político”. Continua dissertando como a política e o poder passa a estar presente em todas as relações interpessoais. Reafirma o poder do cotidiano e do caráter político da arte contra a banalização do cotidiano.
CIDADE: PRODUTORA DE MODOS DE VIDA
Breve conceito e definição de ‘cidade’ enquanto produtora de modos de vida.
CIDADE: ESPAÇO DE TRÂNSITO E MOBILIDADE: A cidade é o lugar de realidades sobrepostas e ao se deslocar pela cidade é possível experenciar essas diversas realidades. Continua afirmando como a paranoia da segurança pública afastou as pessoas das ruas e da esfera pública e gerou a aceleração do tempo nas cidades. Como seria viver em uma realidade diferente, é preciso imaginar, inventar essas outras formas de socialidade. A cidade deve ser pensada como uma experiencia coletiva.
ESPAÇOS DA CIDADE: O Estado atua na produção do espaço público muitas vezes de maneira autoritária e violenta inibindo qualquer ação “transgressora”. Nos últimos anos vem ocorrendo uma transformação do público em favor do lucro de grandes empreiteiras através da especulação imobiliária, gentrificação, limpeza urbana. Cita então algumas iniciativas realizadas para ocupar criticamente a cidade, como por exemplo, os movimentos de mobilidade urbana como o “massa crítica”, o “bike anjo”. E Também movimentos de ocupação dos espaços públicos como o “A bata precisa de você em São Paulo, “Ocupe Estelita” no Recife e a “Praia da Estação” em BH.
O DIREITO À CIDADE: Afirma que o direito a cidade é a única forma de democracia direta possível. A autora defende que a arte a serviço do urbano pode colaborar.
IMAGINÁRIO URBANO: A noção de imaginário é complexa, e também é um campo político.
TERRITÓRIOS ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO (p.49-54): Brigida traz também o conceito de Milton Santos de “território” como “território usado”, sinônimo de “espaço habitado”. Afirma que o território é sempre político e a produção do território violenta. Destaca a impenetrabilidade de grande parte das cidades. Por isso, tantas lutas pelo direito à cidade e pelo direito à moradia que se apresentam por meio de ocupações urbanas em prédios vazios ou em grandes acampamentos nas periferias das cidades ). Essas ações criam outros imaginários possíveis, gera sentimento de pertencimento e rompem com os muros invisíveis de todas as naturezas.
DIÁLOGO: VERA PALLAMIN (p.54-66)
OBRAS DE ARTE (p.66-95)
PERNOITE / Salvador, 2013. Raphael Escobar
http://escobarescobar.weebly.com/
LOTES VAGOS / Belo Horizonte, 2005 e 2006; Fortaleza, 2008. Breno Silva e Louise Ganz
http://lotevago.blogspot.com.br/
LEILÃO DE ARTE PIOLHO NABABO R$1,99 / Belo Horizonte e Fortaleza desde 2010. Piolho Nababo. www.piolhonababo.blogspot.com.br/
VECANA / Belo Horizonte, 2011. Pierre Fonseca
CAMPANHA NÃO ELEITORAL / Belo Horizonte, 2012. PISEAGRAMA
COZINHAS TEMPORÁRIAS / PELOS QUINTAIS DO JARDIM CANADÁ. Nova Lima, 2012. THISLANDYOURLAND. www.thislandyourland.blogspot.com
SERVIÇOS GERAIS / São Paulo, desde 2011. TRINCA SP
www.youtube.com/user/servicosgerais
TEMPO E TEMPORALIDADE NA CIDADE (p.95-100)
Aqui a autora fala do tempo, como ele se torna cada vez mais escasso pela escravidão moderna do trabalho pela autoexploração. Continua trazendo a visão de Han que afirma que a “sociedade disciplinar” foi substituída pela “sociedade do cansaço” ou “sociedade do desempenho”. Fala dessa velocidade do tempo das cidades e da sociedade contemporânea.
DIÁLOGO: CÁSSIO HISSA (p.100-132)
OBRAS DE ARTE (p.132-157)
PERCA TEMPO / Belo Horizonte, 2009. Poro (Brígida Campbell e Marcelo Terça-Nada!)
QG DO GIA / Diversas Cidades, desde 2009. GIA - Grupo de Interferência Ambiental
ADOTE UM JARDIM / Florianópolis, 2011. Grupo Fora
ALAGAMENTO / Itajaí, 2013. Flavia Mielnik
www.flaviamielnik.blogspot.com
O LEVANTE / Recife, 2012. Jonathas de Andrade.
MÚSICA PARA SAIR DA BOLHA / Curitiba, desde 2008. INTERLUX ARTE LIVRE
https://interlux.wordpress.com/
PALAVRA E IMAGEM NA CIDADE (p.157-162): As superfícies das cidades estão cheias de imagens, palavras e textos.
DIÁLOGO: MARISA FLÓRIDO (p.162-186)
OBRAS DE ARTE (p.186-224)
PIRATÃO / Diversas cidades, desde 2009. Coletivo Filé de Peixe
4 GRAUS / Rio de Janeiro e Recife, 2004. Alexandre Vogler
SUAVECICLO / Diversas Cidades, desde 2009. Vj Suave
A VERDADE DAS COISAS / Belo Horizonte, 2008. Daniel Escobar
INTERVENÇÕES / Diversas cidades, desde 2011. Coletivo Transverso
www.coletivotransverso.blogspot.com
PAREDES PINTURAS / Diversas cidades, desde 1996. Mônica Nador
CRAS DO MICÉLIO / São Paulo, 2013. Stephan Doitschinoff
PROJETO CICLOCOR / Fortaleza, 2011. ACIDUM
EU ♥ CAMELÔ / Rio de Janeiro, 2010. OPAVIVARÁ
PERFORMATIVIDADE URBANA E VIOLÊNCIA ESPACIAL (p.224- 228)
Aqui a autora fala das violências que estamos submetidos nas cidades, mas não só da violência que perpetua a cultura do medo, mas também das violências sistêmicas e naturalizadas do sistema capitalista.
DIÁLOGO: RENATA MARQUEZ (p.228-240)
OBRAS DE ARTE (p.240-257)
GRAVATE MIL CANTINODEZ SUA VEZ / São Paulo, 2014. GRUPO EMPREZA
ROSA PÚRPURA / São Paulo e Belém, 2014. BERNA REALE
GUERRA É GUERRA / Rio de Janeiro, 2002-2014. Ronald Duarte
NOTÍCIAS DE AMERICA / Diversas cidades, 2012. PAULO NAZARETH
www.artecontemporanealtda.blogspot.com
ARTE E ATIVISMO (p.257-266)
A arte deve se engajar com questões éticas, politicas e sociais e tem a capacidade de ser mediadora na esfera publica entre os processos de subjetivação.
DIÁLOGO: MARIA MELENDI (p.266-278)
OBRAS DE ARTE (p.278-299)
CIDADÃO COMUM / Belo Horizonte, desde 2005. COMUM
ONIBUS INCENDIADO / BALA PERDIDA / Rio de Janeiro, 2003-2009. Guga Ferraz
PROJEÇÕES / Rio de Janeiro, desde 2013. Coletivo Projetação
ÔNIBUS TARIFA ZERO / São Paulo, 2014-2015. Grazi Kunsch
BANDEIRAS / São Paulo, 2005. frente três de fevereiro.
BRÍGIDA CAMPBELL